A atividade enxadrística contribui ainda para o desenvolvimento de muitas capacidades, entre elas estão: criatividade (TIKHOMIROV, 1970), memória (GOLDIN, 1979), cálculo (GOLOMBEK, 1980) e inteligência geral (ROOS, 1984).
No entanto, o principal mérito da aprendizagem enxadrística está no fato de permitir que cada aluno possa progredir seguindo seu próprio ritmo. Sá, 2006, diz que o xadrez é uma das ferramentas mais poderosas disponíveis para fortalecer a mente de uma criança e tem se mostrado um excelente instrumento para o acompanhamento do desenvolvimento cognitivo.
Dextreit,1981, vai além e diz que “é particularmente notável no que se refere ao ensino de Matemática, pois auxilia a aprendizagem de Aritmética, Álgebra e Geometria”.
As aplicações do xadrez na área da matemática são bastante vastas e não necessariamente de nível elementar. De acordo com Engel, 1978, elas concernem a análise combinatória, cálculo de probabilidades, estatística, informática, teoria dos jogos de estratégia.
De acordo com Sá, 2006, o xadrez é um excelente instrumento multidisciplinar: “um meio para apresentar a informática e outras disciplinas aos alunos”.
Quanto à Física no Ensino Médio, uma aplicação, entre outras, será a construção pelos alunos de relógios de xadrez, a partir de conhecimentos básicos sobre circuitos. Na História e geografia podem ser enriquecidas pelo próprio fato da origem do xadrez ser misteriosa, contando com diversas lendas. Uma delas mencionando o herói grego Palamedes como o criador do xadrez, durante o cerco de Troia, com o objetivo de distrair seus guerreiros, na China no século 2 d.C. o jogo dos quatro membros chaturanga, em sânscrito) e na Índia no século 6 d.C. Viajando por regiões como Pérsia e Arábia, o xadrez foi recebendo importantes contribuições desses povos antes de chegar à Europa por volta do século 10. Hoje, ele está presente nos cinco continentes.
Sá, 2006, vai além e diz que: Os campos do conhecimento relacionados às artes têm infindáveis relações com o xadrez. Além da confecção dos materiais enxadrísticos pelos próprios alunos, muitos livros, revistas, jornais, sítios, CD ROMS e vídeos poderão ser utilizados para ilustrar suas aulas, relacionando-as com balé, desenho, escultura, filatelia, publicidade e até arquitetura. Outra atividade possível é a criação e a apresentação de peças teatrais.
Portanto, são múltiplas as aplicações do xadrez, mas é na educação, e mais precisamente na Educação Física, que o enxadrismo poderá ser utilizado enquanto atividade lúdica, esporte, ferramenta pedagógica e lazer.
SEGAL, Nelry e DE BRITO, Eligângela Neto. Monografia – Xadrez: o jogo que educa. p. 21 e 22 Minas Gerais, 2008